Banco cita impactos do coronavírus nas exportações e contínuos indicadores de atividade econômica sem sinal uniforme. O Bank of America Merrill Lynch reduziu nesta quinta-feira (27) sua perspectiva de crescimento econômico do Brasil em 2020 para 1,9%, o primeiro grande banco a ficar abaixo da linha de 2%. "O surto de coronavírus deve impactar negativamente as exportações. Dado o maior impacto esperado do vírus e os contínuos indicadores de atividade econômica sem sinal uniforme no Brasil, reduzimos nossa previsão em outros 30 pb (pontos base)", afirmaram os economistas do banco, David Beker e Ana Madeira, em relatório publicada nesta quinta-feira. O mercado brasileiro reduziu para 2,20% a previsão a alta do PIB em 2020, segundo a pesquisa Focus do Banco Central, divulgada na quarta, mas diversos bancos e consultorias já estimam um crescimento de no máximo 2%, citando o impacto do surto de coronavírus. Os economistas do Bank of América Merrill Lynch nesta quinta-feira deram um passo adiante e reduziram suas perspectivas pela segunda vez este mês, de 2,2% para 1,9%. Eles também reduziram previsão de inflação para 2020 de 3,2% para 3,2%, e a previsão do próximo ano para 3,7% de 3,6%, ambos se movendo ainda mais abaixo do que as metas de inflação do Banco Central de 4,0% para 2020 e 3,75% para 2021. Entenda os impactos do avanço do coronavírus na economia global e brasileira Entenda o impacto do novo coronavírus na economia A previsão oficial de crescimento do governo para 2020 permanece em 2,4%, embora o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, tenha dito à Reuters, em uma entrevista este mês, que pode ser revisada. O ministro da Economia, Paulo Guedes, e outras autoridades disseram repetidamente que as reformas econômicas de direita do governo e as baixas taxas de juros produzirão crescimento de mais de 2% com folha este ano, com Guedes confiante em 2,5%. Mas vários indicadores econômicos ficaram mais fracos do que o esperado recentemente, e a imprensa tem relatado que Bolsonaro está ficando cada vez mais frustrado com Guedes a medida que parece cada vez mais provável que o esperado crescimento de 2% deste ano está em risco. Alguns outros analistas do setor privado, como a empresa de pesquisa britânica Capital Economics, estão mais pessimistas, prevendo um crescimento de 1,5% este ano.
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